Dezembro 2021 | Ano 2021 | Volume 1 | Numero 4 | ISSN 2763-8391

Sejam bem-vindas e bem-vindos

ao número 4 do Boletim Eletrônico de Extensão, Cultura e Esporte ou simplesmente Beece.


O Beece é de acesso aberto, gratuito e em formato digital, buscando facilitar a chegada em suas mãos.


“O golpe 'tá aí’, cai quem quer”: fake news e manipulação das mentalidades

Três Gerações

do Vôlei Jataiense


VI Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão - Conepe


Mangueiras UFJ


Voa pipa, voa menino: extensão que integra, socializa e ensina


Hospital Veterinário da Universidade Federal de Jataí


Por que ir

ao teatro e ao museu?



Meio Século

Mensagem de final de ano da Reitoria da UFJ

É chegado o final do ano, mas não de um ano qualquer. Chegamos ao fim de 2021, um ano de grandes desafios, muitos pesares e superações.


A pandemia do novo coronavírus levou-nos a enfrentamentos e situações nunca antes vividas, e exigiu de todos esforços que jamais imaginaríamos ser capazes de empreender.



Foi um ano de difíceis batalhas e tempo de incertezas. Um ano de gigantescos desafios propostos ao povo brasileiro, uma vez mais, em sua luta por uma sociedade justa, democrática, aberta e inclusiva


Para a comunidade universitária, foi um momento de adaptação e que exigiu a suspensão de atividades acadêmicas presenciais. Em meio às dificuldades, a UFJ se agigantou. Ao longo do ano, vimos uma efervescência de atividades acadêmicas, apresentações culturais, cursos de extensão, palestras, seminários, lives, entre outras, em sua maioria com transmissões ao vivo e disponibilização dos materiais não só para a comunidade interna, mas também para o público externo, que talvez não tivesse oportunidade de ter contato com tal diversidade de temas e conteúdo.


O retorno presencial total já se faz próximo. Da mesma forma, são passos largos que tomamos esse ano, rumo à efetiva e definitiva emancipação da nossa querida UFJ. Executamos com primor um orçamento restrito, mas, seguimos sonhando e na luta pelo ensino superior de qualidade, pela pesquisa e inovação de excelência, por uma extensão que dialogue com as demandas da cidade e por uma universidade inclusiva, que reconheça na diferença a dignidade humana.


Se o clima do país é de perplexidade, cabe à UFJ avançar ainda mais no caminho de inovação e redescoberta da sua grandeza e força, pois, nem nos momentos mais obscuros, pensamos em desistir, colocando nossos esforços na procura de novos e mais generosos cenários e horizontes de atuação.


Desejamos que esta efervescência e dedicação se mantenham no novo ano que se aproxima, e que os aprendizados de 2021 contribuam para sermos uma Universidade cada vez mais forte, plural, acessível e de excelência.


Que todos tenham um Natal com muita saúde e paz, e um ano novo de muita esperança e de confiança na ciência.

Feliz 2022!


Mensagem de final de ano da equipe Proece

É gratificante chegar ao final de mais um ano, ainda mais como foi em 2021, em meio a um turbilhão de incertezas, medos, inseguranças.


A pandemia nos impôs um novo modo de ser, conviver, viver, partilhar. Descobrimos novas formas de trabalho, novos caminhos para realizar nosso planejamento e manter a roda viva da extensão, da cultura e do esporte.


O Beece é essa grata surpresa em meio ao caos, que surge para nos lembrar de que tudo que agrega potencializa. Como disse Sócrates: "Só é útil o conhecimento que nos torna melhores". Que a partir dos encontros e leituras aqui neste espaço, possamos ser cada dia nossa melhor versão.



Que 2022 seja mais um ano para fortalecer nossas relações e unir esforços na construção da nossa Universidade.


Boas festas, paz, saúde e harmonia!!!

Equipe Proece

Instituições de ensino participam de reunião com

Secretarias Municipal e Estadual de Educação

para discutirem o projeto “Fala, Comunidade”.

20 de novembro, o Dia de Zumbi

e da Consciência Negra - 50 anos.

Fonte: Senado Federal

“O golpe 'tá aí’, cai quem quer”: fake news e manipulação das mentalidades

Estael de Lima Gonçalves

Técnica em Assuntos Educacionais da UFJ

As famosas fake news, que em tradução literal para a língua portuguesa significam “notícias falsas” são muito mais que isso. O termo acabou sendo adotado para abarcar uma gama de artifícios de desinformação e tornou-se corriqueiro em nosso dia-a-dia.


Que tal entender um pouco mais sobre o assunto e seprevenir para não divulgar informações enganosas?


O primeiro passo é compreender a importância desse artifício ao longo da história humana. Vejamos:

    • A desinformação é um recurso que vem sendo usado ao longo da história da humanidade para justificar golpes de Estado, alterar o resultado de eleições, derrubar reputações ou manter grandes poderes;

    • Diversos capítulos da história são pautados por mentiras difundidas por jornais ou boca a boca como verdades, sem preocupações com a ética ou com a fidelidade aos fatos.


Mas, se a desinformação e as notícias falsas sempre estiveram presentes em nossa sociedade, por que só agora elas se tornaram algo com tanto destaque nas nossas vidas? A resposta é simples: velocidade e alcance.

A velocidade com que a informação circula atualmente, sobretudo com o uso massivo das chamadas tecnologias de comunicação e informação, altera completamente o cenário do uso das notícias falsas como artifício de manipulação do público.


Já o alcance deve-se ao acesso facilitado à essas informações - imagine o quanto o alcance de um boato era reduzido quando dependia do boca a boca ou de jornais impressos, na Idade Média, por exemplo, e o quanto o alcance é potencializado com recursos de mensagem, como o WhatsApp, na atualidade.


Nesse sentido, as tecnologias têm contribuições positivas e negativas. A velocidade e o alcance da difusão da informação, citados acima, por exemplo, carregam consigo os dois aspectos.


A manipulação de áudios e vídeos também é um recurso que pode ser altamente nocivo para a noção de verdade, para a integridade, para as reputações, para a democracia etc., contribuindo para a difusão de ideias falsas e dificultando a verificação e a contestação do que é visto ou ouvido pelo expectador. Para entender isso, vamos a um exemplo: atualmente, existem programas de computador que permitem “copiar” a voz de alguém. Dessa maneira, é possível gravar áudios e até mesmo alterar vídeos, utilizando-se a “voz original” da pessoa, que é um recurso ainda mais elaborado do que a simples manipulação de vídeos ou áudios mais comumente usada hoje, na qual se faz apenas a subtração de partes e/ou a inversão de termos para que se produza um novo discurso a partir de uma fala original.


Pensando tudo isso, não dá pra afirmar que as fake news são inocentes, visto que são, em sua maioria, muito bem elaboradas para alterar o foco de questões realmente importantes, manipular o consumo e interferir nas mentalidades (maneira individual ou coletiva de pensar e de julgar). A culpa da difusão daquela notícia falsa no Whatsapp não é daquela sua tia, mas, sim, de uma rede que constrói mentiras em prol de algum benefício individual ou de um grupo.


“O golpe está aí”, mas todos estamos suscetíveis a cair e por isso é preciso atenção e cuidados. Fique espertx!



Ludmila Grego Maia

Pró-reitora de Extensão, Cultura e Esporte e Docente do Curso de Enfermagem

Nos dias 20 e 21/10 aconteceu o VI Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão. Trata-se do maior evento da UFJ, tanto em números quanto em sua representatividade. Neste ano, o Conepe contou com a participação de mais de 1.400 inscritos, foram quase 400 trabalhos submetidos na modalidade vídeo-pôster e ainda 14 minicursos em diversas áreas do conhecimento.


O evento aconteceu em parceria com a PRPI, Prograd, PRPG e Secom, com apoio da Reitoria da UFJ. A programação principal contou com a participação de pesquisadores de diversas instituições, com temática nas áreas da Diversidade Étnica e Ciência, Extensão nos Currículos, Perspectivas da pesquisa e pós-graduação no Brasil. Para saber tudo que rolou, acesse o site do evento https://conepe.ufj.edu.br/

Para saber tudo que rolou:

Christiano Peres Coelho

Docente do Curso de Ciências Biológicas da UFJ


Estael de Lima Gonçalves

Técnica de Assuntos Educacionais da UFJ

Quem nunca se divertiu naquele dia de bastante vento, levantando uma pipa ou um papagaio com aquela rabiola imensa rsrsrs??? Pois é! Foi assim que a Universidade Federal de Jataí recebeu muitos dos seus “vizinhos” em 2018 e 2019, a partir da ação de extensão “Festival de Pipas da UFJ”.


Sabemos que o campus Jatobá da UFJ é vizinho de 3 bairros em situação de vulnerabilidade: Estrela Dalva, Francisco Antônio e Sebastião Herculano. Nesses locais, vivem centenas de famílias e uma meninada superanimada e com habilidades incríveis. Diante disso, a ideia básica do projeto era trazer essa meninada para a UFJ, construir com eles diversas pipas e, ao final da construção, “empinar” essas pipas, com muita diversão e bate-papo.

Dezenas de crianças dos bairros participaram e tiveram a oportunidade de conhecer o espaço físico do Câmpus e de se integrarem com membros da comunidade acadêmica. Em parceria com a Secretaria de Educação de Jataí, foram disponibilizados ônibus que buscaram e levaram as crianças dos seus bairros até o campus da Universidade - a diversão foi demais!


Durante a atividade, muitas informações científicas foram trabalhadas com as crianças. Se falou sobre física, biologia e até mesmo química, destacando desde as varetas de bambu na construção das pipas, o papel e a cola para essa construção, a forma e tamanhos das pipas, até a velocidade e direção do vento.


Foi um momento incrível de trocas de experiências, conhecimentos e muito lazer. Ser acessível e atuante para transformar o contexto social é um dos papéis principais de uma universidade federal e é o que faz dela parte essencial da nossa sociedade.


E aí, animados para mais um Festival de Pipas pós-pandemia?

Sílvia Sobral Costa

Docente do Curso de Ciências Biológicas da UFJ

Devido à pandemia e, consequentemente, ao isolamento social decorrente desta, mudamos muito nossa rotina. Deixamos de viajar e frequentar muitos lugares. Entre estes, estão os ligados à cultura. Em vez de irmos ao teatro, shows e palestras, assistimos tudo isso on-line. No lugar das prazerosas horas caminhando nas salas de museus, fazemos tours virtuais. Diante das grandes impossibilidades, estas opções são como a luz do sol através da vidraça. Ilumina e aquece, mas não é a mesma coisa dos raios solares na pele. Mas, por quê? O que nos traz a sensação de vazio, de experiência incompleta?


Hans Ulrich Gumbrecht, um teórico literário alemão, em sua obra “Produção de presença: o que o sentido não consegue transmitir” (primeira publicação em 2004) – Não confundir com o historiador austríaco Ernst Hans Josef Gombrich autor do ótimo, “História da arte” (primeira publicação 1950) - ajuda-nos a compreender. Ele apresenta dois conceitos muito esclarecedores: produção de sentido e produção de presença.


A produção de sentido inicia-se no instante em que o indivíduo tem “contato” com o objeto, acontecimento ou pessoa, o que não significa presença física. Ao se tomar conhecimento de um determinado fato, por um noticiário televisivo, por exemplo, inicia-se um processo de produção de sentido. Esta informação será percebida por meio de filtros do conhecimento e experiências do indivíduo. O que pode despertar interesse e sentimento em alguém pode ser totalmente irrelevante para outra pessoa. No momento em que descubro que ocorrerá um espetáculo, todo meu conhecimento prévio é mobilizado: Qual o título? Sei alguma coisa do enredo? Quem são os profissionais envolvidos? Desejo ou não assistir? Meus conhecimentos prévios são suficientes para tomar esta decisão ou necessito buscar novas informações? Quais atitudes práticas serão necessárias para que eu possa estar presente? No que tange a visitas a museus ou fruição de espetáculos, a produção de sentido, geralmente, tem início muito antes da presença física; é resinificada pela fruição e pelos novos conhecimentos adquiridos, e continua a sofrer acréscimos, reduções ou modificações por toda a vida do indivíduo.

Museu Histórico de Jataí “Francisco Honório de Campos”

Museu de Arte Contemporânea de Jataí

Já a produção de presença diz respeito à “geração” da emoção/sentimento oriundo da percepção da presença física do espetáculo, objeto e/ou lugar”. Só é possível a partir deste contato, envolve todos os conhecimentos prévios, sentidos e sentimentos (está frio ou não, quais cheiros estão no ar, os sons ou ruídos, estou cansado, faminto, com medo, cheio de expectativa, foi fácil ou difícil estar aqui, estou sozinha ou quem está comigo...) e tem uma ligação mais próxima com as emoções do que com a razão. É única e particular. Pessoas diferentes terão este impacto de formas diversas e a mesma pessoa pode tê-lo de forma variada, em diferentes momentos e situações. Muito mais do que o conhecimento, o que fica registrado na memória é a emoção do momento, a completude sensorial da experiência.


A produção de sentido ocorre mesmo sem o contato direto com o objeto ou local (existe mesmo que a apreciação seja virtual); a produção de presença não. A primeira é horizontal, constante, mutável; a segunda é vertical, instantânea, aguda. Ambas são parte fundamental da experiência de visitar ou conhecer algo, mas, a totalidade da experiência só ocorre com a presença. Por isso, mesmo que eu veja inúmeras reproduções de alta qualidade de uma obra de arte, somente vê-la pessoalmente, no local específico em que ela está exposta, gera a emoção/sentimento da presença.


Por isso, assim que as condições sanitárias voltarem a permitir, os shows, espetáculos e museus nos aguardam. Pessoalmente, não vejo a hora...

Teatro Goiânia

Museu de Arte de São Paulo “Assis Chateaubriand”

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Produção de presença: O que o sentido não consegue transmitir. Rio de Janeiro: Contraponto; Ed. PUC-Rio, 2010. p. 48.

Angela Rodrigues Luiz

Docente nos cursos de Educação Física e Coordenadora de Esportes/PROECE/UFJ

Se me perguntassem “o que é o voleibol?”, poderia vir com uma definição clássica sobre a modalidade: “é um esporte coletivo, jogado em quadra, entre duas equipes com seis atletas de cada lado da rede, que realizam até três toques, com as mãos na bola, com o objetivo de fazê-la tocar o solo da quadra adversária”. Mas, ousei pensar e perguntar “o que é o voleibol?” para a Lelê, Elinéia e Dona Ivony, mulheres de três gerações distintas que jogam vôlei pelas quadras de Jataí-GO e região.


Lázara Letícia Oliveira Sampaio, a Lelê, tem 15 anos e começou a jogar vôlei recentemente, em 2018, na escola. Filha única de pais atletas, enquanto criança, brincava com a bola de maneira despretensiosa até identificar seu gosto e talento para o vôlei. Agora, dedica-se ao aperfeiçoamento e aos treinos da modalidade.


Elinéia Pereira Vailant, 32 anos, percebeu que a mãe gostava muito de assistir aos jogos de voleibol que eram transmitidos pela TV e foi aprimorando seu jogo na escola, nos projetos municipais de treinamento e nas equipes de competição da cidade de Jataí.


Ivony Menezes Carvalho tem 82 anos. Começou a aprender os fundamentos do voleibol em 1984, com 45 anos de idade, no Clube Balneário Brasnipo de Jataí. Foi a primeira de sua família a interessar-se pelo jogo em quadra e, atualmente, incentiva as netas à prática esportiva.


Apesar das trajetórias diferentes para o início na modalidade, elas têm em comum o gosto pelos treinamentos e os jogos pelas quadras da cidade. Estão nas equipes de vôlei que treinam nas escolas e nos clubes. Todas dedicam muito tempo ao treinamento do passe e preparam-se fisicamente para jogar de três a cinco sets seguidos para alcançar uma vitória em equipe.

Lázara Letícia Oliveira Sampaio (Lelê)

Lázara Letícia Oliveira Sampaio (Lelê)

Elinéia Pereira Vailant

Ivony Menezes Carvalho

Dona Ivony treina entre 3 a 5 vezes por semana e não dispensa o pão com queijo para reforçar sua alimentação diária. A glicose é a fonte de energia requerida para a maioria dos exercícios. Assim, cuidar da alimentação pré-treino, com alimentos de fácil digestão, também é uma preocupação da Elinéia.


As três são nascidas em Jataí e lembram-se de outras mulheres talentosas que jogaram e jogam vôlei com elas. Dona Ivony recorda-se da Luzia Brito e sente-se feliz em seguir jogando com a Neila, a Valda e a Matilde. Elinéia, com carinho, procurou lembrar-se de alguns nomes das suas equipes iniciais, tais como a Cássia, a Críscia, a Geisiane, as Alines (tinham duas), a Fabiana, a Viviane.


Jataí destaca-se no cenário Goiano pelo quantitativo, crescente, do número de equipes para ensino e treinamento da modalidade. As equipes AABB-Jataí, Master, Unibrás, Univôlei, Soul Vôlei, são referências mencionadas pelas entrevistadas para a formação de atletas que sobem ao pódio em várias competições. Tal como aconteceu com o L’Equipe, que conquistou premiação nos campeonatos LINCE, em 2020, na cidade de Goiânia, e LIBRAVO, em 2021, disputado em Brasília.


Nos tempos da escola, Dona Ivony não teve aulas de vôlei, mas, recorda-se de sua habilidade nos jogos de queimada e bete. Lelê, por sua vez, deixou de ver as aulas de vôlei na escola como uma obrigação para ganhar notas nas aulas de Educação Física ao receber o incentivo da mãe, de professores e de outras jogadoras.

Lelê realizando o saque durante o treino.

Elinéia durante uma partida de voleibol no Campeonato Lince.

Ivony comemorando 80 anos com as amigas do vôlei.

A prática de esportes e de outras atividades corporais na escola, além de promover a educação, cooperação, responsabilidade e inclusão, favorece o contato e o gosto por uma modalidade que poderá ser praticada com menor ou maior intensidade, nos momentos de lazer, ou para o aprimoramento profissional, respectivamente. Os professores Ednei Rocha Freitas e Estefânia Ferreira Costa Machado estão nas memórias de aprendizagem dos primeiros fundamentos do vôlei nos tempos de escola da Elinéia.


A constituição do voleibol em Jataí traça uma trajetória ancorada no lazer, com equipes amistosas, sem caráter seletivo quanto à performance da modalidade. Movimenta atividades socioculturais e desponta atletas para disputas que projetam o nome do município no cenário brasileiro.


Tandara, Gabi e Natália, que atuaram pela seleção brasileira feminina de vôlei, são nomes lembrados como referência de jogo ágil e potência nos ataques. Assim como Loane, que atua pelas quadras de Jataí e região, é apontada como uma atleta completa, com saque, passe e ataques eficientes durante uma partida.


O voleibol configura-se como uma modalidade que alia disputas acirradas e laços de sociabilidade, uma vez que o senso de equipe extrapola o tempo e os resultados de uma partida. Com ênfase nesta sociabilidade das equipes de vôlei, não há como desconsiderar as palavras da Dona Ivony, que afirma: “enquanto eu tiver energia, agilidade e não estiver atrapalhando minhas companheiras, eu não vou parar de jogar não. Eu gosto muito e não foi fácil pegar o ritmo, mas toda mulher deve ir em frente, não desistir nunca”.


Ao fim, se me perguntassem “o que é o voleibol?”, arriscaria dizer que é a modalidade que transformou a vida da Elinéia, que dá alegria à vida da dona Ivony e que despontou a futura atleta Lelê. Espero ter representado parte da história recente do vôlei em Jataí para legitimar a admiração que temos pelas diferentes gerações que jogam pelas quadras da cidade.


Piero Iori

Diretor de de Educação, Integração e Desenvolvimento Social na Proece/UFJ

e docente do Curso de Agronomia da UFJ

É tempo de manga, e as mangueiras estão “carregadas”. No campus Jatobá da UFJ há dezenas de “pés de manga”, de diversas variedades, embelezando ainda mais nosso campus.


Infelizmente, nosso campus está quase vazio, sem os nossos estudantes que sempre apreciaram estes saborosos frutos. Algumas mangas já estão maduras, e como podemos ver na foto, já estão sendo saboreadas pelos pássaros.

Logo, logo, as mangas que estão “de vez” serão as próximas a serem consumidas. “De vez” ou “devez” (ainda não há consenso) é uma expressão engraçada e muito popular. Mas, vocês sabem o que significa esta expressão?


Quando dizemos que um fruto está “de vez”, queremos informar que ele está quase maduro ou em um caminho rumo ao amadurecimento. Mas o estado “de vez” ainda não significa que o fruto esteja próprio para consumo, porque ainda não está tão doce e nem na consistência de um fruto maduro. Mas, voltemos às mangas do nosso campus.

Como podemos ver nas fotos, às vezes competimos (no bom sentido) com os animais pelas mangas.


Assim, uma maneira de pegarmos às mangas sem “mordidas” ou “bicadas” é colhermos a manga quando no estado “de vez”, pois, assim, podemos armazenar de forma adequada, esperando amadurecer e finalmente saboreá-las.

Doughlas Regalin

Diretor do Hospital Veterinário/UFJ e Docente do Curso de Medicina Veterinária da UFJ

O Hospital Veterinário (HV) da Universidade Federal de Jataí (UFJ) é um moderno Hospital Veterinário, localizado em Jataí-Goiás, no Centro-Oeste brasileiro, que fornece prestação de serviços médico-veterinários para cães e gatos da população do Sudoeste goiano.


O HV funciona através de um projeto de extensão, cadastrado na Universidade, com captação de renda própria pelos seus serviços gerida por uma fundação (FUNAPE), e que está sempre em busca de aprimoramento e modernização, com aquisição de novos equipamentos para melhor atender seus pacientes.


A equipe do HV é formada por mais de 40 pessoas, sendo professores, servidores federais, médicos veterinários residentes, bolsistas e demais funcionários. No HV, por mês, são realizados aproximadamente 120 exames de imagem, 700 exames de sangue, 250 consultas e retornos clínicos, 60 cirurgias e 70 anestesias de cães e gatos.


Além do atendimento particular como prestação de serviço, também possui aulas práticas demonstrativas, ministradas por professores e técnicos em educação aos alunos da graduação em Medicina Veterinária, tendo o HV um importante papel na Medicina Veterinária da região do sudoeste goiano, participando da formação de futuros profissionais, com excelente grau de capacidade técnica.


Além da prestação de serviços e ensino, também ocorrem pesquisas do programa de mestrado em Biociência Animal (PPGBA) em áreas de clínica, cirurgia e anestesiologia de pequenos animais.


Realizando ensino, pesquisa e extensão/prestação de serviço, o HV da UFJ é formado por uma equipe altamente capacitada e dedicada no cuidado de pequenos animais.

Piero Iori

Diretor de de Educação, Integração e Desenvolvimento Social na Proece/UFJ e docente do Curso de Agronomia da UFJ

Não tenho a pretensão de dizer o que uma mulher, uma pessoa preta ou LGBTQI+ sofrem. Sou branco, hétero, homem, o que já me traz um cenário de privilégios. Tal como a campanha “sou um racista em desconstrução”, eu também sou um homofóbico, racista, sexista e xenófobo em desconstrução. Minha família sempre me criou para não ser uma pessoa preconceituosa, mas, infelizmente, já cometi atos que possam ter magoado algumas pessoas, seja uma brincadeira ou um comentário desnecessário. É o que tento passar para o meu filho, não ser uma pessoa preconceituosa.


Eu adoro futebol. Adoro o Corinthians e acompanho tudo sobre ele. Nesta semana, me deparei com algo que me incomodou muito. Acompanho de forma exaustiva o time feminino do Corinthians, adoro ver as “brabas” darem “show”. Mas, no último dia 17 de novembro de 2021, em partida válida pela semifinal da Libertadores 2021, no Paraguai, o Corinthians ia goleando por 5x0 o Nacional do Uruguai quando, em um pênalti, Adriana fez o sexto gol, e durante a comemoração delas, reparei na Victória Albuquerque, a nossa Vic, discutindo com a juíza, com as jogadoras do Nacional. Ela estava chorando, logo pensei: “ela foi expulsa, exagerou na comemoração e não vai jogar a final”. Comecei a também ficar triste, afinal de contas, ela tem que jogar.


Mas comecei a ver as jogadoras segurando-a, a bandeirinha tentando acalmá-la e a partida foi se reiniciando com ela no campo. Bom, não foi expulsa. E então veio a notícia. Ela estava inconformada, pois, ao fazer o gol, a Adriana sofreu um xingamento racista vindo das “hermanas” uruguaias. Logo, a transmissão do jogo ficou em um clima de indignação, e o twitter do Corinthians confirmou o ato racista cometido pela jogadora do Nacional. Fiquei indignado, queria que, no mínimo, a jogadora fosse identificada, expulsa e que respondesse ao seu crime. Mas, a juíza não viu, e o jogo recomeçou. Estava furioso, não tolero mais este tipo de coisa. Pode ser em razão dos dias atuais, pode ser porque sou pai, ou a reconstrução está fazendo efeito. O Corinthians fez o sétimo e o oitavo gol, comemorei como se já fossemos campeões, não apenas pelo gol, mas pela resposta. A Grazi, que fez o oitavo gol, cerrou os punhos no ar, juntamente com as demais jogadoras, em sinal de protesto, como que dizendo “racistas não passarão”. Eu vibrava, gritava.


O ato racista me ofendeu, principalmente, acontecendo em uma partida do futebol feminino, que já passa por tanto preconceito, luta e afirmação. Racismo não é para acontecer em lugar nenhum. Mas, na minha ingenuidade, eu achei que nunca ia ver isso no jogo das minas. “Respeita as minas”, diz a campanha corintiana do futebol feminino. Vamos respeitar a todos. Que nestes 50 anos da Consciência Negra possamos ter um mundo mais justo, sem preconceitos. Vamos lutar pela igualdade racial, sempre.